Qual a idade certa para ensinar a ler

Qual a idade certa para ensinar a ler?

Para responder à pergunta primeiramente é preciso entender que aprender a ler e escrever não é um processo tão simples como aprender a falar.

Aprendemos a falar sem a necessidade de instrução, enquanto o aprendizado da leitura e da escrita exige o apoio de um professor, é importante entender que a aquisição da linguagem falada é um processo natural e espontâneo, que ocorre em um ambiente de imersão linguística e interação social, desde os primeiros meses de vida.

As crianças aprendem a falar observando e imitando os sons e padrões linguísticos de seu ambiente, e recebem feedback constante de seus pais e cuidadores, que reforçam suas tentativas de comunicação. Além disso, o cérebro humano parece ter uma predisposição para a aquisição da linguagem, com áreas específicas do córtex cerebral dedicadas ao processamento da fala e da compreensão da linguagem.

Por outro lado, a leitura e a escrita são habilidades culturais e artificiais, que foram desenvolvidas historicamente pela humanidade e que exigem o aprendizado de um sistema de símbolos e regras convencionais, que não estão presentes no ambiente natural das crianças. Por isso, a alfabetização requer a instrução formal e sistematizada, que envolve a explicitação das regras do sistema alfabético, a prática da decodificação e a compreensão do significado das palavras e dos textos.

Além disso, como mencionado no início da resposta, a comunicação oral envolve um processamento informacional mais complexo do que a comunicação escrita, o que pode explicar por que a alfabetização é um processo mais exigente para o cérebro. No entanto, é importante ressaltar que cada indivíduo possui um ritmo e uma capacidade de aprendizado próprios, e que a instrução adequada e individualizada pode fazer uma grande diferença no sucesso da alfabetização.

O método global

O método global de aprendizado da leitura, que enfatiza a importância do reconhecimento da forma global das palavras em detrimento da instrução fônica, foi desenvolvido a partir das décadas de 1960 e 1970, influenciado pela revolução cognitiva e pelas teorias psicolinguísticas inovadoras da época. Segundo essa hipótese, o cérebro do leitor prestaria atenção à forma inteira da palavra escrita e, ao integrar informações do texto e do contexto, construiria o sentido do texto. A leitura seria, então, como um jogo psicolinguístico de adivinhação.

Essa abordagem didática resultou em uma diminuição dos exercícios de instrução fônica, dando ênfase à exposição das crianças a um ambiente leitor estimulante e às hipóteses formuladas pelas próprias crianças sobre o funcionamento do sistema de escrita. Houve ainda a valorização do conhecimento linguístico que a criança trazia de casa, independentemente da variante socio-linguística, em relação aos formalismos da variante de maior prestígio da norma culta.

No entanto, experimentos realizados em salas de aula com crianças de diversos países, línguas e condições sociais, conduzidos por diferentes tipos de professores, desautorizam a produtividade didática dessas hipóteses. As abordagens globais, hoje chamadas ideovisuais, foram abandonadas em favor do conceito de letramento, termo que possui diversas definições.

Atualmente, a intelligentsia educacional universitária brasileira postula o alfabetizar letrando como uma solução para o problema do desempenho de crianças e adolescentes em leitura nos testes nacionais e internacionais. No entanto, as evidências científicas negam suporte empírico à teoria e práticas de ensino de leitura elaboradas e aplicadas no Brasil.

Este método foi amplamente difundido no Brasil a partir da década de 70 e teve muitos defensores, mas também muitos críticos.

Uma das críticas mais comuns é que o método global transforma o aprendizado da leitura em um jogo de adivinhação, em que a criança precisa memorizar palavras inteiras sem entender o que cada letra representa. Isso pode levar a problemas de compreensão de texto e dificuldades de ortografia no futuro.

Além disso, o método global não leva em conta a importância da fonética na alfabetização, ou seja, a correspondência entre as letras e os sons da língua. Aprender a associar cada letra a um som é fundamental para que a criança possa decodificar palavras desconhecidas e compreender o que está lendo.

Por essas razões, muitos especialistas em educação recomendam a utilização de métodos que combinem o reconhecimento visual das palavras com o ensino sistemático da fonética, como o método fônico ou o método fônico-analítico. Dessa forma, a criança pode desenvolver habilidades de leitura e escrita mais sólidas e duradouras.

Aprender a ler não é tão simples assim


Aprender a ler é um processo complexo que envolve a compreensão do código alfabético, onde unidades gráficas representam unidades fonológicas da fala. Esse processo não é transparente e pode ser desafiador tanto para quem ensina quanto para quem aprende.

Para entender o aprendizado inicial da leitura e seus pontos cruciais, é necessário ter conhecimentos em várias áreas, incluindo Física, Psicologia, Matemática, Lingüística e Medicina. Infelizmente, poucos educadores dominam todas essas informações, e muitas vezes a formação universitária de docentes não abrange essas áreas de maneira aprofundada.

Isso cria dificuldades e equívocos, pois os pais confiam seus filhos a profissionais que muitas vezes possuem um nível de desconhecimento comparável ao deles. Além disso, a sociedade em geral não compreende a importância do processamento cerebral de informações sonoras na aprendizagem da leitura.

Ao contrário da comunicação oral, que é altamente produtiva, a escrita exige uma manipulação consciente e mecanizada dos elementos fonológicos. Isso pode sobrecarregar a memória fonológica de trabalho do cérebro, que é um componente do sistema de funções executivas centrais.

No entanto, é importante encontrar um equilíbrio entre a manipulação consciente dos elementos fonológicos na escrita e a capacidade de automatizar e tornar inconsciente essa manipulação para melhorar a produtividade da comunicação escrita.

Aprender a ler é um processo complexo que envolve habilidades cognitivas, linguísticas e sociais. É necessário que a criança desenvolva habilidades fonológicas, ou seja, a capacidade de identificar e manipular os sons da fala. Também é preciso que ela entenda a relação entre os sons da fala e os símbolos gráficos que representam esses sons na escrita.

Além disso, a alfabetização requer a capacidade de decodificar palavras, ou seja, de associar os sons da fala aos símbolos gráficos correspondentes. É importante também que a criança tenha um bom vocabulário e compreensão de texto para que possa fazer inferências e entender o que está sendo lido.

Aprender a ler também é um processo social, que envolve a interação com professores, colegas e familiares. É importante que a criança tenha um ambiente favorável à leitura em casa e na escola, com acesso a livros e materiais de leitura adequados.

Em resumo, aprender a ler é uma tarefa complexa que envolve uma combinação de habilidades cognitivas, linguísticas e sociais. É importante que os métodos de ensino utilizados sejam baseados nas melhores evidências científicas disponíveis e que os professores estejam preparados para identificar e remediar dificuldades de leitura precocemente.

Como a criança se torna um leitor expert?

Aprender a ler é um processo complexo que passa por várias fases. Começa com a condição de analfabeto, depois passa para a condição de leitor iniciante e segue para a condição de leitor hábil, que ainda não é um leitor expert. Ser um leitor expert significa ter uma habilidade completa na leitura e escrita.

O tratamento dos aspectos fonológicos e acústicos da fala, codificados na escrita, é difícil para um leitor iniciante, mas para um leitor hábil, esse processo passa a ser automatizado e inconsciente, assim como na fala. A prática controlada da leitura durante a fase de leitor iniciante recicla as redes neuronais que tratam informações visuais e sonoras, ajudando no processo de aprendizagem.

Nosso cérebro foi projetado para tratar informações visuais e sonoras de forma isolada, mas não dispõe de recursos específicos para tratar informações sonoras portadoras de valor linguístico envelopadas em informações visuais, como ocorre na escrita alfabética. Por isso, o processo de aprendizagem da leitura é tão complexo e exige uma abordagem cuidadosa e especializada por parte dos educadores.

A criança se torna um leitor expert por meio de um processo complexo que envolve diversas habilidades e conhecimentos. Em primeiro lugar, é necessário que a criança desenvolva a consciência fonológica, ou seja, a habilidade de perceber os sons da fala e como eles se relacionam com as letras. Essa habilidade é importante porque permite que a criança compreenda o princípio alfabético, ou seja, que cada letra representa um som da fala.

Além disso, é importante que a criança tenha um amplo vocabulário e conhecimento prévio sobre o mundo ao seu redor, o que facilita a compreensão do que é lido. A habilidade de decodificar palavras, ou seja, ler as letras e uni-las em sons, também é crucial para a aprendizagem da leitura.

Outro fator importante é a fluência na leitura, ou seja, a habilidade de ler rapidamente e com precisão. Essa habilidade é desenvolvida por meio da prática regular da leitura, que permite que a criança se torne mais ágil na identificação das palavras e na compreensão do texto.

Por fim, a compreensão do que é lido é fundamental para que a criança se torne um leitor expert. Isso envolve a habilidade de inferir significados a partir do contexto, fazer conexões com conhecimentos prévios e analisar criticamente o texto.

Portanto, se tornar um leitor expert é um processo que envolve diversas habilidades e conhecimentos, que são desenvolvidos ao longo do tempo e com muita prática e dedicação.

PRÉ- ALFABETIZAÇÃO: princípio alfabético e as regras de decodificação

Para preparar o terreno para a alfabetização, é necessário realizar a pré-alfabetização. A leitura não é uma habilidade natural como a fala, mas também não é algo sobrenatural que pode ser aprendido sem esforço.

Durante a alfabetização, é preciso concentrar-se no ensino explícito e sistemático do princípio alfabético e das regras de decodificação. A compreensão também é importante, mas as atividades de leitura e compreensão precisam ser distintas e separadas didaticamente e cronologicamente. Ensinar a ler e compreender ao mesmo tempo e com os mesmos materiais é ineficaz, de acordo com as melhores evidências disponíveis.

A alfabetização exige o desenvolvimento da linguagem oral e habilidades ligadas ao sistema de funções executivas do cérebro, como o controle inibitório, flexibilidade cognitiva e memória de trabalho.

Em ambos os casos, o foco é a conscientização das unidades fonológicas mínimas das palavras faladas codificadas em palavras escritas, com base nas estruturas psicolinguísticas que envolvem os aspectos fonéticos e fonológicos das mesmas. Isso é alcançado por meio do treino consciente do uso da memória fonológica de trabalho e exige concentração consciente da atenção, além de flexibilidade cognitiva para mudanças de foco na atenção.

Didaticamente, isso envolve o controle corporal, ritmo, desenvolvimento da consciência fonológica, capacidade de manipulação de fonemas (divididos em substituição, adição, inversão e supressão de fonemas) e treino oral com a rememoração de listas de palavras. Isso pode ser considerado a pré-alfabetização.

Qual a idade certa para a alfabetização?

Não há uma idade certa para a alfabetização. Desde que a criança tenha desenvolvido sua linguagem oral e seu sistema executivo central esteja em pleno funcionamento, ela pode ser alfabetizada aos quatro ou cinco anos de idade, dependendo de outros fatores, como a transparência da relação grafema/fonema na língua nativa da criança e a complexidade silábica da língua. Também é importante considerar a motivação da criança para aprender a ler.

O desenvolvimento da linguagem oral é um pré-requisito crucial para a alfabetização, assim como a tomada de consciência das unidades fonológicas mínimas das palavras faladas e sua correspondência com as palavras escritas. Isso exige concentração consciente da atenção e flexibilidade cognitiva para mudanças de foco na atenção.

Os estudos científicos indicam que a experiência linguística das crianças nos primeiros anos de vida tem um papel significativo no desenvolvimento posterior da alfabetização. É importante que as crianças tenham um ambiente rico em linguagem e leitura desde cedo, o que pode ser influenciado pelo grupo socioeconômico da criança.

A pré-alfabetização é uma fase importante na formação do leitor. Nesse estágio, a criança começa a compreender o princípio alfabético e as regras de decodificação da linguagem escrita. Ela deve ser capaz de identificar as letras do alfabeto, diferenciá-las das outras formas gráficas e associá-las aos sons da fala.

Esse processo de reconhecimento das letras e dos sons é fundamental para que a criança possa desenvolver a habilidade de decodificar as palavras escritas e, assim, ler com fluência. A pré-alfabetização é também um momento em que a criança começa a desenvolver a consciência fonológica, isto é, a habilidade de identificar e manipular os sons da fala. Isso é importante porque a leitura é uma habilidade que requer a capacidade de associar os sons da fala às letras e palavras escritas.

Durante a pré-alfabetização, é importante que a criança tenha acesso a materiais ricos em letras e palavras escritas, como livros, cartazes, jogos e atividades que estimulem a sua curiosidade e interesse pela leitura. Os pais e educadores também podem incentivar a criança a explorar o ambiente ao seu redor, apontando e lendo palavras em placas, embalagens e outros objetos do cotidiano.

Ao ajudar a criança a compreender o princípio alfabético e as regras de decodificação, estamos preparando-a para se tornar um leitor expert no futuro. Esse processo requer paciência, dedicação e uma abordagem individualizada, que leve em consideração as habilidades e interesses da criança. Com o tempo e a prática, a criança se tornará cada vez mais habilidosa na leitura e, assim, poderá desfrutar de todo o mundo de possibilidades que a linguagem escrita pode oferecer.

Qual a importância dos pais no aprendizado da leitura?

A experiência linguística proporcionada pelos pais é de extrema importância para o desenvolvimento da criança. 

Um experimento famoso estimou que, no período que vai do nascimento aos quatro anos de vida, as crianças acumulam experiência linguística com 45, 26 e 13 milhões de palavras, dependendo se vivem em famílias de alta, média ou baixa condição socioeconômica, respectivamente. No entanto, o grande problema é que crianças provenientes de famílias com baixo nível socioeconômico apresentam um déficit alarmante de experiência linguística e conhecimento de palavras. 

Esse baixo nível de experiência linguística tem implicações para o desenvolvimento das capacidades de prestar atenção consciente aos aspectos fonológicos da fala, o que é central para aprender a ler. Como resultado, o risco de fracasso na alfabetização é alto nessa população.

A experiência linguística que os pais proporcionam é extremamente importante para o desenvolvimento da criança, principalmente no que diz respeito ao aprendizado da leitura. Os pais podem influenciar positiva ou negativamente nesse processo, dependendo da forma como estimulam e interagem com seus filhos.

Desde os primeiros anos de vida, é fundamental que os pais falem com as crianças, contem histórias, cantem músicas e estimulem o contato com livros e outras formas de leitura. Dessa forma, as crianças vão acumulando vocabulário, compreendendo a estrutura da língua e, consequentemente, desenvolvendo as habilidades necessárias para se tornarem leitores proficientes.

Além disso, os pais também podem incentivar a leitura em casa, disponibilizando livros e revistas adequados à idade da criança e lendo juntos com ela. Isso ajuda a criar um ambiente favorável ao aprendizado e estimula o gosto pela leitura.
Por outro lado, quando os pais não dão importância à leitura ou não interagem com seus filhos de forma adequada, a criança pode não ter contato suficiente com a linguagem escrita e desenvolver dificuldades no processo de alfabetização. Por isso, é importante que os pais estejam conscientes do seu papel no desenvolvimento da leitura dos filhos e busquem sempre incentivá-los e estimulá-los nessa jornada.

O uso excessivo de celulares e outras telas pode interferir na interação entre pais e filhos, reduzindo as oportunidades de diálogo e leitura compartilhada, o que pode afetar o desenvolvimento da linguagem e do interesse pela leitura. Além disso, as distrações proporcionadas pelos dispositivos eletrônicos podem afetar a qualidade do tempo de interação entre pais e filhos, prejudicando o vínculo afetivo e a atenção da criança para com as atividades propostas pelos pais. É importante que os pais estabeleçam limites e regras para o uso de tecnologias em casa e que reservem um tempo de qualidade para interagir com seus filhos, por exemplo, por meio da leitura de histórias e conversas.

Você esperaria até os oito anos para seu filho aprender a ler?

De acordo com a ciência, a experiência linguística fornecida pelos pais é muito importante para o desenvolvimento da alfabetização das crianças. 

Um estudo mostra que, durante os primeiros quatro anos de vida, crianças de famílias de alta, média e baixa condição socioeconômica acumulam experiências linguísticas com 45, 26 e 13 milhões de palavras, respectivamente. 

Infelizmente, crianças provenientes de famílias de baixo nível socioeconômico têm um déficit de experiência linguística e conhecimento de palavras, o que afeta o desenvolvimento de suas habilidades de atenção consciente aos aspectos fonológicos da fala, fundamental para a aprendizagem da leitura. Isso resulta em um alto risco de fracasso na alfabetização para essa população.

Por isso, é importante que as creches e pré-escolas das redes públicas de ensino forneçam uma experiência linguística adequada em quantidade e qualidade para essas crianças, para que possam passar pelo processo de alfabetização sem lutar tanto para quebrar o código alfabético. 

Os professores de alfabetização também devem conhecer os fundamentos teórico-científicos e os procedimentos didáticos e materiais realmente eficazes para garantir a efetividade do processo.

É importante lembrar que a antecipação exagerada da alfabetização não rende muitos frutos, mas adiar o processo aumenta o risco de tropeços na trajetória escolar, especialmente para aqueles com experiência linguística precária e desfavorável.

O PENAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa) é uma política pública brasileira que estabelece como meta a alfabetização de todas as crianças até os oito anos de idade, no final do terceiro ano do ensino fundamental. No entanto, estudos recentes da neurociência mostram que o processo de aquisição da leitura é mais complexo do que se imaginava anteriormente.

A alfabetização é um processo gradual e progressivo que se inicia antes mesmo da criança entrar na escola. É importante que as famílias forneçam experiências linguísticas e estimulem a consciência fonológica das crianças desde cedo. Além disso, a consciência fonológica é uma habilidade fundamental para a aquisição da leitura, que envolve a compreensão de que as palavras são compostas por sons que podem ser manipulados.

O princípio alfabético é outro aspecto fundamental para a aquisição da leitura. As crianças precisam compreender que as letras representam sons específicos e que esses sons podem ser combinados para formar palavras. É importante destacar que a aprendizagem do princípio alfabético deve ocorrer de forma sistemática e explícita, ou seja, ensinando às crianças a relação entre as letras e os sons.

A idade ideal para aprender a ler varia de criança para criança, dependendo do desenvolvimento cognitivo e das habilidades linguísticas individuais. Portanto, fixar uma idade específica para a alfabetização pode ser prejudicial para muitas crianças, especialmente para aquelas que não tiveram uma exposição adequada à linguagem e à consciência fonológica em casa.

Além disso, o uso excessivo de tecnologias, como smartphones e telas, pode prejudicar o processo de aprendizagem da leitura, pois reduz o tempo de interação social e de exposição a experiências linguísticas ricas. O PENAIC também pode ser prejudicado pela falta de investimento em formação de professores e em materiais didáticos de qualidade, que são fundamentais para garantir uma educação de qualidade para todas as crianças.

Em resumo, a aquisição da leitura é um processo complexo que envolve uma série de habilidades cognitivas e linguísticas. O PENAIC pode ser uma meta importante, mas é necessário que a alfabetização ocorra de forma gradual e progressiva, com atenção especial à consciência fonológica e ao princípio alfabético, além de um investimento em formação de professores e materiais didáticos de qualidade.

Propor essa meta para crianças de famílias de baixo nível socioeconômico que já frequentam escola desde os quatro anos é contraproducente, aumentando o risco de mau desempenho e fracasso escolar.

Pais de classe média ou alta certamente não aceitariam essa meta para seus filhos.

Concluindo, não há uma idade certa para ensinar uma criança a ler. Desde que a criança fale e seu sistema executivo central esteja desenvolvido, ela pode ser alfabetizada, o que pode acontecer aos quatro ou cinco anos, dependendo de outros fatores, como o nível de transparência da relação grafema/fonema na escrita da língua nativa da criança e sua motivação para aprender a ler. 

No entanto, é importante lembrar que a experiência linguística propiciada pelos pais é fundamental para o desenvolvimento da habilidade de prestar atenção consciente aos aspectos fonológicos da fala, o que é central para aprender a ler. Portanto, creches e pré-escolas públicas devem dar atenção especial à experiência linguística de crianças de famílias com baixo nível socioeconômico para criar condições favoráveis ao processo de alfabetização. 

Além disso, é importante que a alfabetização siga procedimentos de ensino suportados pelas melhores evidências científicas disponíveis e que os professores alfabetizadores estejam preparados teórica e didaticamente para ensinar eficazmente. 

Em suma, a antecipação exagerada ou tardia da alfabetização pode aumentar o risco de tropeços na trajetória escolar, e é preciso considerar as condições socioeconômicas das famílias e as melhores práticas de ensino para promover o sucesso escolar das crianças.

O que tem a ver ensinar meu filho a ler e uma Geladeira?

O que tem a ver ensinar meu filho a ler e uma Geladeira?

Esses dias passeando pela cidade com meus filhos, Miguel e  Rafael. 

 

(Para te falar a verdade eu estava tentando distrair meus filhos enquanto minha querida esposa escolhia alguns produtos em uma loja de produtos de beleza – ela precisa se produzir para o maridão aqui 🙂 – e principalmente para as crianças não ficarem mexendo em tudo e derrubar mais um pote de shampoo como havia acontecido na última visita que fizemos à loja.

Não sei como são suas crianças, mas as nossas querem mexer em tudo, afinal elas estão descobrindo o mundo.

Para nós é muito fácil dizer – não mexa nisso menino!

Não mexa naquilo filho! 

Tire sua mão daí abençoado!

Mas, para a criança é muito complicado ver os adultos (mexendo em tudo) pegando os produtos e objetos nas gôndolas de lojas e supermercados e elas ouvirem: tire as mãos disso ou tire as mãos daquilo.

Convenhamos, toda criança é um explorador nato, um pequeno cientista que está descobrindo o mundo.

Não é nada bom para o desenvolvimento da criança ficar dizendo não para tudo, você concorda comigo?

Caso não esteja pondo a vida de ninguém em risco e o prejuízo que poderia causar não passar de alguns reais, assuma os riscos, deixe seu pequeno cientista explorar o mundo.

Bem, eu não estava muito a fim de ver mais um vidro de shampoo no chão, como na última visita à loja, então sai com meus filhos para dar uma volta pelo quarteirão.

De repente me deparei com uma geladeira em um ponto de ônibus!

Perguntei-me, o que uma geladeira estaria fazendo ali?

Neste vídeo é possível ver o que descobrimos e o que aconteceu depois quando a minha esposa me surpreendeu com esta gravação via whatsapp, o vídeo demonstra 2 momentos:

1- Quando descobrimos a geladeira no ponto de ônibus e

2- Quando fui surpreendido com este outro vídeo…

 

O que é a geladoteca?

Eu não sei bem onde começou esta ideia de usar uma velha geladeira para compartilhar livros, o importante é que livros são compartilhados e menos geladeiras estão indo parar no lixo.

Aqui em nossa cidade o projeto foi implantado pelo SESC, este foi nosso primeiro contato com esta ideia, as crianças amaram.

E eu não precisei ver mais um vidro de shampoo no chão!

As “geladotecas” se popularizam pelo Brasil com o principal objetivo de estimular o hábito da leitura. Talvez como uma das alternativas para reverter o quadro que quero discutir a seguir.

Por que 44% dos brasileiros não gostam de ler ou são considerados não leitores?

Leitor é aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses.

Não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

O que quero dizer com isso?

Talvez muitas crianças e adultos não gostem de ler pelo simples motivo de ninguém nunca ter lido para elas, ou talvez, leram muito pouco em sua infância.

Mas, hoje com a popularização dos livros e dos meios de comunicação isso já não é mais problema. Podemos buscar livros em bibliotecas publicas, em “geladeiras” ou até receber os livros em casa por um baixo custo em clubes de livros.

Se o povo brasileiro não gosta de ler já está mais do que na hora de começar a mudar isso e esta mudança começa em casa.

Se o jovem brasileiro não gosta de ler, será que isso é um problema educacional ou cultural?

O que posso te responder é que a estimulação das crianças a desenvolver o fascínio pelo universo das letras precisa começar ainda muito cedo: o quanto antes possível, melhor.

 

E se não gostam de ler a culpa não é deles, talvez um dos principais motivos seja porque ninguém leu para elas ou talvez não aprenderam a ler direito.

Pensando neste grande problema eu separei 7 Dicas de leitura partilhada para te ajudar nisso e começar a mudar esta triste realidade ainda hoje, prevenindo que seu filho engrosse as estatísticas de que: brasileiro não gosta de ler.

O que é Leitura Partilhada?

Leitura Partilhada é a partilha do livro no qual o adulto lê e a criança acompanha a leitura de maneira atenta e envolvente. Esta é uma técnica de leitura interativa, a criança observa o que o adulto lê e relaciona a oralidade com os objetos e as palavras escrita que as representam.

No modelo de leitura partilhada geralmente usa-se livros de grandes dimensões (referidos como livro gigante) com impressões e ilustrações ampliadas. Isso não te impede de usar livros de outros tamanhos.

Eu particularmente prefiro usar livros de dimensões variadas, devido ao alto custo e a escassez de livros gigantes em português brasileiro.

Os primeiros anos são cruciais para a criança desenvolver o amor pela leitura ao longo da vida. Os pais são os principais agentes neste processo.

7 Dicas para Aumentar o Vocabulário de Seu Filho e que usei para ensinar meu filho a ler

Nunca é cedo demais para começar a ler para o seu filho!

As dicas a seguir oferecem algumas maneiras divertidas em que você poderá ajudar seu filho a se tornar um leitor feliz e confiante.

Experimente uma nova dica a cada semana.

Dê o seu melhor!

1 – Leia desde cedo e leia muitas vezes.

Leia para seu filho todos os dias. Faça isto abraçando seu filho de maneira amorosa para que ele sinta seu calor, traga ele para bem perto de você.

2 – Nomeie tudo

Construa o vocabulário do seu filho falando sobre objetos e palavras interessantes.

Por exemplo: “Olhe para aquele avião!

Essas são as asas do avião.

Por que você acha que eles são chamados de asas?”

São Chamadas de asas porque se parecem com as asas dos pássaros. (Use sua criatividade)

Peça à criança para apontar o objeto que você está nomeando, procure dar pistas para ela, a informação deve ser dada de maneira sistemática. Até que chegue o dia em que a criança aprenderá a ouvir a sua leitura sem tomar o livro de suas mãos.

3 – Diga o quanto você gosta de ler

Diga ao seu filho o quanto você gosta de ler. Fale sobre “o tempo da história”, começo meio e fim.

Deixe que seu filho te pegue lendo.

Coloque entonação e emoção em sua voz;

Leia para seu filho com humor e expressão. Use vozes diferentes. Entendeu?

4 – Saiba quando parar

No começo pode parecer um pouco difícil conseguir ler um livro com seus filhos, talvez eles tomem o livro de suas mãos para folhear ou fazer de conta que estão lendo.

Neste caso troque ou deixe o livro de lado por algum tempo se a criança perder o interesse ou está tendo problemas para prestar atenção. Se ela não está prestando atenção, mas, continuar próximo a você, continue a leitura.

Para manter a atenção da criança em vez de ler, você poderá apontar as figuras do livro e criar a sua própria leitura sem tomar o livro de suas mãos.

Até a criança adquirir o hábito de apenas ouvir a história, com certeza tomará o livro da suas mãos para manusear e fazer de conta que está lendo, imitando você.

Não se preocupe pegue outro livro para ler.

Mesmo que a criança não esteja prestando atenção na leitura, mas permanecendo a sua volta, seu cérebro estará absorvendo inconscientemente o que está sendo lido.

Lembre-se, o cérebro de uma criança é como uma esponja.

A criança vai querer folhear o livro, ou até fechar, tomá-lo de suas mãos, isto é perfeitamente normal, a criança estará começando a se relacionar com o livro.

5 – Seja interativo

Discutir o que está acontecendo no livro, apontar as coisas na página, e fazer perguntas.
Nesta etapa procure, sempre que possível, exigir respostas com sentenças completas, responda você mesmo até a criança aprender a responder corretamente.

A criança deve aprender a responder com uma sentença completa.

Ex: Quem comeu o porquinho?

Quem comeu o porquinho foi o lobo mau.

Você pode ler o livro e formular perguntas e a criança apontar.

Exemplo:

Qual é o leão?

E aguardar que a criança aponte a figura, caso ela encontre dificuldade aponte você mesmo: este é o leão.

6 – Conte outra vez

Vá em frente leia e releia o livro ou conto favorito de seu filho, se preciso leia 100 vezes o mesmo livro!

Esta é uma maneira simples de ajudar seu filho a memorizar poesias, por conta da previsibilidade ele poderá memorizar várias frases e refrões em rimas e parlendas.

7 – Ressalte a impressão do código alfabético em todos os lugares

Fale sobre a escrita também. Fale sobre as palavras escritas que você vê no mundo ao seu redor.

Mencione ao seu filho como lemos da esquerda para a direita e como as palavras são separadas por espaços.

A Leitura partilhada irá contribuir para que a criança adquira conhecimentos importantes na aprendizagem da leitura, a criança já saberá que na nossa cultura se lê da esquerda para a direita e que as palavras são formadas por sequências de letras e separadas por espaços vazios.

Procure sempre que possível correr o dedo sob o texto no sentido da escrita.

Vantagens da Leitura Partilhada

São várias as vantagens da leitura partilhada, mas a principal delas é a aquisição de vocabulário, a exposição aos livros contendo imagens, frases e palavras aumentam a exposição ao vocabulário e conceitos que raramente são usados em conversas do nosso dia a dia.

O PRINCIPAL AGENTE NESSE PROCESSO é a mãe e/ou o pai.

Não se esqueça de ter um tempo de leitura só para você.

As crianças tendem a imitar seus pais, por isso sempre é bom a criança flagrar você lendo, resista à tentação de ligar a televisão ou smartfone e leia um bom livro, quando possível, esta leitura é para você, leia seus livros técnicos, romances etc.

Se a criança não aprender a gostar de livros você já sabe de quem é a culpa.

E-book: As 7 Etapas da Leitura Precoce

Mais detalhes sobre a Leitura partilhada no E-book: As 7 Etapas da Leitura Precoce na nossa área de membros para assinantes.

As 7 Etapas da Leitura Precoce

Fobia Escolar

O que é Fobia Escolar? O Medo de ir à Escola: Causas, sintomas e tratamento

O que é Fobia Escolar 1

Fobia escolar,  de 2 a 5% das crianças que frequentam a escola são conhecidas por serem infligidas com essa fobia. Por isso, neste artigo quero fazer uma rápida abordagem sobre sua definição, possíveis causas, sintomas  os 6 passos para tratar a fobia escolar e o passo mais importante para superá-la.

Quem já não se deparou com esta cena?

“Acorda filho para tomar banho e ir à escola.

Tão logo a criança ouve a palavra escola, começa a ter alguns tremores, e tal como nos dias anteriores, perguntou se podia ficar em casa ou na casa da avó, porque se sentia com dores de barriga;

Não posso ficar só mais um dia em casa?”,

“Tenho que ir pra escola hoje?…”2

O que é fobia escolar?

Fobia Escolar – é medo de ficar sozinha na escola ou o medo de ir à escola. Pode ser definido como um medo irracional e anormal da escola, também conhecido pelo termo técnico didaskaleinofobia.

Muitas vezes, algumas crianças são conhecidas por apresentarem resistência para adentrarem na sala de aula ou irem à escola. No entanto, as crianças que fazem isso nem sempre têm medo da escola – raiva ou tédio são as razões mais comuns por trás de seu comportamento – elas simplesmente têm “coisas melhores para fazer” como se aventurar pelo mundo ou brincar.

No caso da fobia escolar, o simples pensamento de ir à escola pode desencadear um ataque de pânico. A maioria dos psicólogos acreditam que essa fobia geralmente é mais comum em crianças pré-escolares entre 4 e 6 anos. Isto é muitas vezes devido ao fato de que elas estão deixando a segurança de suas casas pela primeira vez. Muitas vezes, o diagnóstico desta fobia é difícil, porque a criança pequena não consegue expressar seus medos com precisão.

Causas da fobia escolar

Geralmente, aceita-se que as fobias resultam de uma combinação de eventos externos, ou seja, eventos traumáticos e predisposições internas – hereditariedade.

Muitas fobias específicas podem ser precedidas de um evento desencadeante específico, geralmente uma experiência traumática em uma idade precoce. Fobias sociais têm causas mais complexas que não são inteiramente conhecidas neste momento. Acredita-se que a hereditariedade, a genética e a química do cérebro se combinem com experiências de vida para desempenhar um papel importante no desenvolvimento de fobias. (Wikipedia – fobia3).

Como afirmado anteriormente, o diagnóstico da fobia escolar geralmente requer uma análise aprofundada, pois, a criança pode não ter medo da escola em si. Em vez disso, é o medo dos valentões, ou andar no ônibus escolar, ou um cachorro assustador encontrado no caminho para a escola, ou um professor que pode estar causando o problema.

Crianças com idades entre 4 e 6 que sofrem de fobia escolar geralmente têm medo da separação. Essas criança com medo de ir à escola, elas temem que não vejam sua mãe novamente depois de serem deixadas na escola, o medo do desconhecido e a saída de casa podem ser uma causa.

Um evento negativo ou traumático (o divórcio dos pais, a morte de um ente, etc.) neste momento também pode reforçar o medo da escola onde a mente recria a resposta fóbica repetidamente como mecanismo de defesa contra novos acontecimentos traumáticos.

Algumas adolescentes também podem sofrer de fobia escolar. Este é o momento em que a exigência escolar tende a aumentar tremendamente, e os alunos muitas vezes têm que lidar com tópicos difíceis em matemática, ciência, etc. Ao mesmo tempo, seus corpos também estão passando por mudanças associadas à adolescência e à puberdade e, naturalmente, pode ser difícil lidar com seus hormônios à flor da pele.

Em geral, o ambiente escolar inseguro (relatórios recentes de crianças que trazem armas e outros objetos violentos para a escola), bullying ou mudança para uma nova escola, são alguns dos fatores que podem desencadear a fobia escolar.

Geralmente as crianças que não apresentam este problema, têm por hábito partilhar com os pais o seu dia na escola e falar sobre os amigos de classe, na fobia escolar, é comum as crianças evitarem falar sobre assuntos relacionados com a escola, e quando falam, evidenciam normalmente sentimentos negativo.

É comum estas crianças se isolarem, até mesmo quando se tratam de atividades de carácter lúdico e ou no recreio, ficam pelos cantos, o que compromete seriamente a sua interação com os colegas.4

Sintomas da Fobia Escolar

A fobia escolar se manifesta sob a forma de vários sintomas físicos e emocionais.

De acordo com a Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescência (AACAP), uma fobia escolar pode incluir os seguintes sintomas:

  • Pesadelos

  • Ansiedade

  • Falta de ar

  • Respiração acelerada

  • Palpitações

  • Suor excessivo

  • Náusea

  • Boca seca

  • Confusão / incapacidade de raciocinar

  • Falta de atenção

  • Irritabilidade

  • Tremedeira

  • Sentimentos de impotência

  • Obsessão com o assunto da fobia

  • Medo ou Sentimentos descontrolados

  • Dores de cabeça

  • problemas para dormir

  • medo de ficar sem seus pais

  • apego

  • Medos exagerados de monstros ou seres sobrenaturais

  • medo do escuro

  • uma incapacidade de deixar um dos pais fora de seu campo de visão

  • preocupação inexplicada sobre danos que supostamente venha a acontecer aos pais ou a criança

  • birras

  • uma recusa em frequentar a escola

  • dores físicas como dores de barriga ou dores de cabeça

Os sintomas da fobia escolar também podem incluir:

  • tremedeiras e tremores inexplicados

  • sudorese

  • choro excessivo

  • uma recusa absoluta de ir à escola

  • medos do professor ou dos estudantes

  • fraqueza ou sentimento de estar extremamente doente

  • Problemas de concentração na escola

  • desconexão social

  • não ouvir o professor

Crianças mais jovens podem chorar, gritar ou ter um ataque de ansiedade só de pensar em ter que ir à escola. Fingem estar doentes para evitar a escola. Alguns também tendem a chorar a noite toda. Isso pode ser muito frustrante para os pais, pois, muitas vezes eles não sabem como ajudar a criança a aliviar a ansiedade.

A criança pode ter pensamentos constantes sobre morte (especialmente a morte dos entes queridos) enquanto está na escola. Outras fobias também podem ser vistas na criança, incluindo o medo de ficar sozinhas, o medo do escuro, o medo de monstros, fantasmas etc.

Tonturas, palpitações cardíacas, boca seca, transpiração excessiva, falta de ar, náuseas e ataque de pânico são alguns dos outros sintomas da fobia escolar.

Os adolescentes podem não falar sobre a sua fobia, no entanto, eles demonstraram comportamentos de evasão, como encontrar doenças ou desculpas falsas, etc., para evitar ir à escola. A depressão é um sintoma comum da fobia.

A fobia pode afetar toda a família e não apenas o indivíduo que sofre dela.

Superando a fobia escolar

Se seu filho sofre com o medo da escola, tenha a certeza de que é uma condição completamente tratável. Pode ser extremamente frustrante e avassalador ver a criança em dificuldade todos os dias, mas lembre-se de que as crianças mais jovens são mais maleáveis ​​do que adultos, então a terapia é muito provável que seja bem sucedida.

6 passos para tratar a fobia escolar

Há tratamentos e medidas que podem ser tomadas para ajudar a criança que tem medo de ir à escola. O tratamento da fobia escolar deve contar com uma equipe multidisciplinar disposta a ajudar a criança ou o adolescente com o objetivo de ajudá-los a superar seus medos.

Na mente de uma pessoa que sofre de algum tipo de fobia, o medo é tão real quanto qualquer outra coisa em sua vida e precisa ser ajudado para superar essa fobia.

A Aspen Education Group afirma que essa equipe multidisciplinar deve incluir pais, professores, terapeuta familiar, profissionais da escola e um psiquiatra.

1 – Contacte o pediatra da criança

O primeiro passo mais importante, é procurar o médico da criança.

A primeira coisa a se fazer quando a criança apresentar uma reação não natural, um medo excessivo da escola, é entrar em contato com o pediatra da criança.

O pediatra poderá fazer um exame para descartar qualquer doença que a criança esteja passando ou inventando. Diagnosticar o problema corretamente é um passo extremamente importante para tratar crianças com um medo extremo de ir a escola.

2 – Observação

Uma das etapas para tratar uma criança com algum tipo de fobia é observá-la em casa e na escola, esta etapa é importante, pois, a criança demonstrará os sintomas da fobia em ambos os ambientes. Em casa a criança ficará mais apegada a alguém, terá pesadelos e resistência ou dificuldade para deitar-se e dormir.

Observar a criança é fundamental para identificar se ela realmente apresenta uma fobia. Ao observar a criança na escola uma extrema rejeição a classe e ao professor pode ser eliminada ou identificada.

3- Diagnóstico correto

A criança que está sob observação deve ter um diagnóstico correto para não confundir fobia de escola com a simples ansiedade causada pela separação. Uma criança ou adolescente que apresenta um quadro de ansiedade de separação terá os mesmos tipos de sintomas que uma criança com uma fobia escolar.

A principal diferença entre os dois casos é que as crianças que apresentam o quadro de ansiedade pela separação se acalmam depois de estarem na escola por um tempo. Uma vez na sala de aula e longe dos pais por um período de tempo suficientemente longo, seus medos são aliviados, e começarão a agir normalmente.

Já a criança com medo da escola não melhora com o tempo, procuram alguma forma de sair da situação. O quadro de fobia tende a agravar-se e apresentando mais sintomas quando longe dos pais ou na escola.

4- Plano de ação

Uma vez a criança observada e diagnosticada corretamente o próximo passo é trabalhar em conjunto com o professor, terapeuta, funcionários da escola, psiquiatra, o pediatra e a criança para criar um plano de ação.

Este plano deve incluir como primeiro passo a exposição ao ambiente que causa a fobia. Os objetivos de curto e longo prazo devem ser definidos. Cronogramas para atingir as metas devem se incorporados no plano de ação, para facilitar o rastreamento do progresso da criança. A Aspen Education Group5 sugere que essas sessões geralmente incluam métodos de dessensibilização, terapia comportamental cognitiva, terapia de suporte educacional, psicoterapia e, possivelmente, medicação.

5 – Dessensibilização Sistemática – PPCCI6 e Terapia Cognitivo Comportamental – TCC

Um próximo passo para ajudar a criança é confrontar seu medos, isso é geralmente feito com ela frequente a escola por um período de tempo, com ou sem um dos pais. As vezes um dos pais é solicitado para comparecer a escola para aliviar um pouco da ansiedade da criança.

Posteriormente a criança é convidada para participar da aula por um tempo sozinha, sem os pais. Os acometidos desta fobia precisam aprender a tolerar seus medos, da mesma forma, que pessoas com outras fobias.

No ambiente escolar a criança precisa encontrar o apoio emocional de seus pares, professores e demais funcionários da escola.

A dessensibilização ocorre quando o indivíduo é confrontado com seu medo passando um tempo com o objeto de sua fobia. Isso exige que a criança vá para a escola incrementando-se longos períodos de tempo para ajudá-la a superar seus medos.

6 – Tratamento contínuo

O suporte emocional, medicamentos e terapias devem continuar durante o processo de dessensibilização e além dele, pois, o indivíduo acometido pela fobia pode ter uma recaída se não forem tratados depois de aliviados os sintomas.

Alguns especialistas sugerem que a criança frequente a escola regularmente somente um anos após o início do tratamento. Devido a individualidade de cada caso o tratamento deve seguir um período específico de tempo adaptado de acordo com o progresso da criança.

Tratamento

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

  • Estratégias de relaxamento

  • Terapia cognitiva (TC)

  • Exposição In vivo

  • Prevenção de Resposta (EPR)

  • Hipnoterapia

  • Terapia de Grupo

  • Psicoterapia

  • Psicologia da energia (EFT)

  • Medicação

  • Meditação

A música, a respiração e outras ferramentas de relaxamento são conhecidos por serem de grande ajuda (especialmente em adolescentes) quando enfrentam o medo da escola.

É vital que você, como pai ou mãe, apoie a criança durante esse período. É importante descobrir por que a criança tem medo da escola, é necessário conversar com a professora ou a supervisora da escola quanto à fobia.

Os medicamentos fornecem alívio muito necessário da ansiedade sofrida pela criança, no entanto, estes devem ser tomados apenas sob a orientação de especialistas e apenas em casos muito graves. Além disso, é essencial notar que as drogas não superam a fobia, em vez disso, elas apenas reduzem os sintomas.

O tratamento por medo de ir à escola não se resolve apenas com uma única visita ao médico ou simplesmente prescrevendo medicamentos. Todos devem ter em mente que o tratamento pode durar meses ou talvez anos.

Em alguns casos esta fobia pode estar relacionado a alguma dificuldade de leitura.

Novo estudo da Universidade de Stanford (EUA) comprova a eficácia do método fônico na alfabetização de crianças.

Atenção!

Não sou especialista no assunto, o texto visa lançar um pouco de luz sobre o assunto, recolhi estas informações de alguns artigos no objetivo de tentar agrupar o maior número de informações sobre o assunto em um só lugar.

Caso tenha alguma suspeita que sua criança esteja sendo acometida por esta fobia procure um terapeuta.

1 “FOBIA ESCOLAR  – ResearchGate.” 23 nov. 2017, https://www.researchgate.net/publication/265070048_FOBIA_ESCOLAR. Acessado em 22 dez. 2017.

2 “Fobia escolar: quando a escola é o inimigo – Oficina de Psicologia.” 15 jun. 2015, https://oficinadepsicologia.com/fobia-escolar/. Acessado em 22 dez. 2017.

3 “Fobia – Wikipédia, a enciclopédia livre.” https://pt.wikipedia.org/wiki/Fobia. Acessado em 22 dez. 2017.

4 “Fobia escolar: quando a escola é o inimigo – Oficina de Psicologia.” 15 jun. 2015, https://oficinadepsicologia.com/fobia-escolar/. Acessado em 28 dez. 2017.

5 “On the Outside Looking In: School-Phobic Students Incapable of ….” http://aspeneducation.crchealth.com/article-school-phobias/. Acessado em 22 dez. 2017.

6 “Dessensibilização Sistemática: definição e aplicação – Portal ….” 13 mar. 2012, https://www.comportese.com/2012/03/dessensibilizacao-sistematica-definicao-e-aplicacao. Acessado em 22 dez. 2017.

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